Faz mais de 40 anos que um zootecnista olhou longe n horizonte e enxergou, no Brasil Central, o mercado para uma nova raça. Foi assim que Flavio Bastos Tellechea, em conjunto com a Estação Experimental Cinco Cruzes da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuároa), de Bagé, começou a experimentar um cruzamento do gado Angus com o Nelore. O trabalho começa em 1961 e dele resulta o Brangus-Ibagé.
A busca pelo heteroze do gado zebuíno com o europeu contrariava a visão mais tradicional da pecuária gaúcha. A base desses cruzamentos na Paineiras veio de Uberaba, com a aquisição de um lote de gado Nelore. E a cabanha adotou o afixo Nelangus para os produtos dessa nova raça, que então se chamava Ibagé e depois viria a ser batizada definitivamente como Brangus.
Mas o Brangus vingou e se expandiu no Rio Grande do Sul. Em 1979, nasce a Associação de Criadores de Brangus Ibagé. A raça se expande para o Brasil Central e Argentina, e em todas essas iniciativas Flavio Tellechea foi presença constante.
A Cabanha Paineiras se tornou referência na criação do Brangus, vencendo grandes campeonatos nas últimas décadas. O trabalho de constante melhoria genética continua na sucessão. Mariana Franco Tellechea, médica veterinária e administradora do empreendimento, afirma: “As necessidades do mercado do Brasil Central nos levam a buscar um animal que tenha resistência e qualidade de carne, a partir do aprimoramento genético e da rusticidade”.
O Brangus é hoje usado extensivamente nos cruzamentos industriais no Brasil Central. Aliou os atributos de resistência e qualidade da carne à melhor adaptação ao clima tropical. É também a ponta da lança da expansão do banco genético da pecuária gaúcha. |